Para melhorar imagem, TJ lança guia de auto-ajuda
Cartilha para juízes tenta ensinar como se relacionar com a imprensa sem ser arrogante e como espantar fama de ociosidade
O Tribunal de Justiça de São Paulo começou a distribuir nos últimos dias o "Guia Prático de Relacionamento Magistratura e Imprensa".
A iniciativa é uma espécie de cartilha, com dicas aos togados sobre como se relacionar com os jornalistas e, assim, melhorar a imagem do Judiciário na mídia.
Entre as sugestões apresentadas no livreto de 38 páginas estão atender sempre aos pedidos de entrevista, dizer a verdade ao jornalista e não se decepcionar com o tamanho das notícias.
Incentiva ainda a tirar da cabeça a ideia de que existe articulação política para prejudicar algum magistrado e evitar a arrogância.
"Esse material faz parte de um conjunto de ações que estamos desenvolvendo para mostrar que nestes gabinetes se trabalha", diz o desembargador Carlos Teixeira Leite Filho, presidente da Comissão de Imprensa e Comunicação do TJ-SP.
Segundo ele, as decisões tomadas pelos magistrados têm repercussão de interesse público, apesar de "desagradar a metade das partes".
ARROGÂNCIA
Questionado sobre se considera os magistrados arrogantes, Teixeira Leite respondeu: "Um juiz exerce autoridade. E, às vezes, isso pode ser confundido com arrogância. Pode também ser um reflexo de insegurança, o que é algo comum em qualquer ser humano, não apenas em magistrados".
Há recomendação ao magistrado para ter cuidado com informações em"off", ou seja, aquelas repassadas sob a condição de que a fonte não seja revelada.
De acordo com o guia, o jornalista só é grande amigo da fonte quando são amigos"desde a infância". Mas há um alerta: "não quer dizer que não deva haver confiança; no entanto, desilusões nesse campo são comuns" .
Serão distribuídos 4.000 exemplares do material para magistrados da ativa e aposentados do Estado, além de integrantes da imprensa.
Teixeira Leite disse que ficará "muito satisfeito" se, como resultado da publicação, houver uma melhoria da relação entre a imprensa e a magistratura e se "o Judiciário for citado menos injustamente" nas notícias. "Crítica justa tem que ser feita."
Fonte: Folha São Paulo
(Incluída em 04/10/2010 às 14:15)
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